quinta-feira, 10 de junho de 2010

A voltagem de um beijo



A fala difere os homens dos outros animais, assim como as línguas tornam os povos diferentes entre si.
Mas o homem também se expressa por gestos e sinais que são conhecidos como linguagem naturais, muitas vezes inerentes a qualquer ser humano, e, por isso mesmo, universais.
Essas linguagens condensam, num mínimo instante, o máximo de sentimentos e mensagens.
O soco, por exemplo, expressa desde ódio até dor.
Sentimentos que são compreendidos independentemente do boxeador ser- e, portanto, falar- japonês ou javanês.
Tem ainda o piscar de olhos, o tapa nas costas, o aperto de mãos, etc.
E tem o beijo...
O beijo é sempre dois.
É sempre gestos que se cruzam nos domínios de Eros, o Deus do Amor. E como linguagem de Eros, o beijo é um gesto que fundamentalmente muda, transforma, mexe, revoluciona.
Pois o mito grego nos diz que Eros multiplica, junta, mescla, une e varia o animal humano. Entre as linguagens naturais, a do beijo fica sendo quase sagrada, porque detona, neste mínimo instante, sentimentos dos mais qualitativos e tocantes do ser humano: do tesão à alegria, da amizade ao amor.
E é aí que está a força singela desse gesto. O mundo seria menos sem o beijo. O mundo não seria nem quase.
Seria -quase que todo- dos apertos de mãos e tapinhas nas costas. Mas, não é asiim.
Porque o beijo, como uma tomada, um plug do coração, que ao invés de ligar, desliga... tira do ar, faz com que o mundo seja mais tesão, masis desejo, mais tudo...
Esse tirar fora do ar, desligar desse mundo é, na verdade, um sintonizar- se, integrar- se com a ordem natural do Universo.
Boca à boca, estamos conectados com o Cosmos, com o todo, com Eros, o Deus do Amor.
O beijo une...

Autor: desconhecido.

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